Dias 22 e 23 de fevereiro no Ponto de Cultura Galpão do Riso,
às 21 h.
Rosário
é uma fábula pessoal de mulheres, deusas e animais, preparada para o espectador
na forma de um ritual. O
espetáculo se inspira, em especial, na simbologia
da coroação de reis negros, sempre viva nos Congados Mineiros e em outros
folguedos brasileiros. Essa experiência cênica revela aspectos das formações
identitárias brasileiras sob a perspectiva do feminino, do encontro de culturas
diversas em novo território, e da religiosidade como estratégia de resistência
e sobrevivência numa realidade hostil. Ancorado
no contato com manifestações populares como os reisados e romarias da região do
Cariri, na pesquisa vocal e na força dos cantos tradicionais, o espetáculo solo
da atriz Felícia de Castro manifesta um ritual feminino e poético. Através de
canções e explosões de textos, a atriz traz à cena um rosário de mulheres em
uma única prece. Um corpo dilacerado pelo trauma da desterritorialização traduz
no acontecimento cênico um ciclo de crueldade, criatividade, luta e reinvenção
de si mesmo pelo sagrado, pela beleza e pela fé. Uma fábula pessoal que recria
imagens de terra, mar, mãe, rainhas, coroações, cortes e catarses.
O espetáculo Rosário é um solo que une o
canto, o teatro e a dança, traduzindo em uma obra dez anos de vivências da
atriz Felícia de Castro em manifestações populares brasileiras e pesquisas da
arte do ator. Através de um olhar que partiu da Bahia e alcançou as culturas do
Ceará e de Minas Gerais, a pesquisa realizou uma interlocução entre estados que
refletiu sobre as mestiçagens culturais que formam tantos povos e
histórias. Rosário teve pré-estreia na
10ª Mostra SESC Cariri de Cultura em 2008 no Ceará, estreou em 20 de novembro
de 2009, Dia Nacional da Consciência Negra, no Teatro do ICBA em Salvador. Em
2010 fez nova temporada no mesmo teatro contemplada pelo Prêmio Culturas Negras
da Fundação Pedro Calmon (SECULT), na Bahia. A trajetória criativa resultou na
dissertação de mestrado da atriz Felícia de Castro pelo Programa de Pós
Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (PPGAC-UFBA)
intitulada Ventos que Animam a Terra –
Voz e Criação na Trajetória do espetáculo Rosário. Em 2011, o espetáculo
participou de festivais e cumpriu sua terceira temporada. Em 2012, integrou a
programação do FILTE – Festival Latino Americano de Teatro.
LINKS
Minidoc
sobre o espetáculo Rosário. No vídeo podemos ter uma dimensão do processo de
criação do espetáculo ao longo de dez anos, assistir depoimentos do público e
algumas cenas do espetáculo.
FICHA
TÉCNICA
Criação, concepção geral, pesquisa e atuação – FELÍCIA DE
CASTRO
Direção
e preparação vocal– DEMIAN REIS
Assistência
de direção – CAROLINA LARANJEIRA
Textos
- FELÍCIA DE CASTRO (poemas autorais e textos livremente inspirados em
fragmentos do depoimento de Marina Gurgel sobre a invasão ao Caldeirão da Santa
Cruz do Deserto (CE), em canções do Reisado de Congo (CE), em corridos de
Capoeira, em orações do catolicismo popular, e no livro Viva o Povo Brasileiro,
de João Ubaldo Ribeiro).
Iluminação
– EDUARDO ALBERGARIA
Trilha
Sonora – Felícia de Castro e coletivo rosário com a colaboração de Fabiano de
Cristo (CE).
Figurino
– RINO CARVALHO
Cenografia
e Adereços – Felícia de Castro e coletivo rosário com a colaboração de Maurício
Pedrosa (BA) (confecção boi e coroa)
Arte
Gráfica e Fotografias – EDUARDO RAVI
Dia 7 de abril, às 20 h, no Ponto de Cultura Galpão
do Riso.
Dia 8 de abril, às 20 h, no Departamento de Artes
Cênicas da UNB.
Que a chuva de lava, pedras
incandescentes e armas,
Doravante, torne-se uma
chuva de flores,
E que todos os ataques
armados,
De agora em diante
tornem-se uma divertida troca de flores. (trecho do poema composto no século
VIII por Shantideva, famoso mestre budista indiano).
O espetáculo Jardim escancara o absurdo dos atritos e
conflitos que surgem entre os seres humanos em sua eterna disputa por
território. Na peça, situações tragicômicas oscilam entre cenas de guerra e
paz, amor e ódio, união e inveja, e culminam surpreendentemente em uma grande
explosão florida em clima de libertação total... Um desfecho esfuziante no qual
é revelado o lema do Jardim: uma ode a “agricultura celeste”!
Brincando com a fase histórica do movimento hippie, a peça aborda
manifestações que ganharam força nessa época e influenciaram os rumos do mundo
como o pacifismo, o ambientalismo, o orientalismo, e o movimento “Flower Power”
(Poder das Flores). Na perspectiva do universo feminino, as palhaças
Bafuda (Felícia de Castro) e Ricota (Suzana Miranda) evidenciam as luzes e as
sombras do ser humano que surgem quando se está em relação com o outro.
Evidenciando os afetos como temática essencial, o espetáculo convida a cultivar
um novo coração.
Quando a Lua estiver na
sétima casa e júpiter alinhado com marte, a paz guiará os planetas e o amor
dirigirá as estrelas, este é o amanhecer da Era de Aquário. Harmonia e
compreensão, gentileza e confiança em abundância, nenhuma falsidade ou
escárnio. Sonhos dourados brilhando as visões, revelações místicas de cristais,
e a libertação verdadeira da mente. (trecho de Aquarius, música tema do filme Hair).
O espetáculo Jardim foi realizado pelo grupo Palhaços
para Sempre e dirigido e encenado originalmente por Flavia Marco Antonio e
Felícia de Castro, no âmbito das práticas e pesquisas do grupo. A peça foi
criada em 2003 e em 2005 foi contemplado com o prêmio duplo de melhor atriz
para Felícia de Castro e Flavia Marco Antonio no XII Festival Nordestino de
Teatro (Ceará). Jardim é um espetáculo de palhaçaria feminina
e fez diversas apresentações em várias cidades brasileiras, participando de
festivais como o Palco Giratório (Ceará), FEVERESTIVAL (São Paulo), Festival
Latino Americano de Teatro da Bahia (FILTE), e Mostra SESC Cariri de Cultura
(Ceará). Para comemorar os dez anos do grupo, em 2010, a peça foi remontada com
Suzana Miranda, uma talentosa representante da nova geração de palhaços e
palhaças que vêm renovando a cena da comicidade na cidade de Salvador.
LINK
FICHA
TÉCNICA
Criação,
Concepção Geral e Texto Físico
FELÍCIA
DE CASTRO E FLAVIA MARCO ANTONIO
Direção
e Dramaturgia (a partir de 2010)
FELÍCIA
DE CASTRO
Colaboração
de Dramaturgia
SUZANA
MIRANDA
Atuação
FELÍCIA
DE CASTRO E SUZANA MIRANDA
Iluminação
e Operação de Luz
MARIANA
TERRA (2010) E EDUARDO ALBERGARIA (2012)
Execução
de figurino (2012)
ALESSANDRA
SANTIAGO
Assessorias
de dramaturgia do palhaço
DEMIAN
REIS (2010), JOÃO LIMA (2007), e RICARDO PUCCETTI (2006).
Arte Visual e Fotografias
EDUARDO RAVI
Arte Visual e Fotografias
EDUARDO RAVI
Produção
– FELÍCIA DE CASTRO
Classificação
– 14 anos
Contate-nos!
palhacasbemvindassoisvos@gmail.com
Dia 9
de abril, às 18 h, no Restaurante Universitário - UNB.
Dia 8
de maio, às 18 h, em Samambaia Norte (QR 406).
Lá Pirágua Errante é uma intervenção teatral
em formato de cortejo musical inspirado em festejos populares e composto a
partir da pesquisa de elementos cênicos oriundos destas festas. Por ser
itinerante, o cortejo cria um grande impacto como intervenção de rua e nos faz
lembrar as bandas de fanfarra, fazendo alusão à música de Chico Buarque A
banda. Composto por atores em fila tocando flauta transversal, caixa, bumbo e
pratos, assim como os antigos Comediantes DELL’ART, que buscavam a interação
entre espetáculo e público teatralizando a música, Lá Pirágua Errante realiza
uma quebra no espaço cotidiano a partir de uma dramaturgia elaborada para a
rua. Poeticamente, a intervenção é uma barca musical que busca encontros e
possibilidades de celebração com o público, e a rua simboliza o rio onde a
barca navega.
FICHA TÉCNICA:
Nenhum comentário:
Postar um comentário